ON WHAT WE CHOSE TO FORGET AND WHAT WE LONG TO REMEMBER
Maria Trabulo

Curadoria:

João Baeta
15/9/2022

19/10/2022
21:30
Exposição

Maria Trabulo | ON WHAT WE CHOSE TO FORGET AND WHAT WE LONG TO REMEMBER


Ciclo "Poético ou Político?" com curadoria de João Baeta


Entrada Livre


Digitalizações manuais de fragmentos sobreviventes de esculturas destruídas acidentalmente em 1945 da colecção do Museu Bode em Berlim durante a 2ª Guerra Mundial. 


2018-2022


Agradecimentos: Neville Rowley, Museu Bode Berlin, Museu de Serralves


Imediatamente após o início da guerra, a 1 de Setembro de 1939, os museus foram fechados aos visitantes, e a transferência das obras de arte começou. Nas primeiras semanas da guerra, os objectos móveis foram primeiro retirados das galerias e depois dos depósitos e colocados nas caves dos museus.

Em 1941, o decurso da guerra levou à decisão de evacuar os acervos dos museus para armazéns situados fora de Berlim, tendo sido realocadas os milhares de obras de arte e artefactos que compõem as colecções dos museus da cidade de Berlim, para diversos palácios, minas, e bunkers localizados em diferentes regiões da Alemanha. Todavia, seria possível transportar todas as obras, pelo que os directores e conservadores se viram obrigados a selecionar quais eram as mais importantes, determinando o que deveria sobreviver à guerra e aquilo que poderia ser descartado da história. 

O local onde cada obra foi guardada, veio a revelar-se um factor determinante para a sua sobrevivência ou destruição. 

No bunker de Friedrischein foram guardados milhares de pinturas e esculturas dos museus Bode e da Gemäldegalerie, entre elas constando várias obras primas. Aí permaneceram, sobrevivendo à maioria da duração da guerra, até que ironicamente, apenas alguns dias após o fim da guerra, deflagraram dois incêndios no bunker de Friedrischein, destruindo a maioria das obras de arte aí guardadas. Perderam-se 430 pinturas e um terço da colecção de escultura dos museus de Berlim, e entre as esculturas que puderam ser recuperadas, muitas se encontravam severamente danificadas. As causas do incêndio nunca foram identificadas. Paradoxalmente, objectos, considerados de menor importância histórica e deixados para trás nas caves dos museus, sobreviveram sem danos.

Nos dias que se seguiram ao incêndio, o bunker de Friedrischein foi alvo de furtos. Das pinturas sobreviveram somente as molduras deixadas para trás nas caves dos museus, e das esculturas, apenas fragmentos de esculturas em pedra e cerâmica puderam ser recuperados, uma porção dos quais foi transportada para Moscovo(Museu Pushkin) como compensação de guerra; e das centenas de pinturas restaram apenas as molduras. Considerados problemáticos pela extensão dos seus estragos e pelas camadas histórico-políticas à sua superfície, estes fragmentos sobreviventes não são exibidos e a sua história tem permanecido oculta no acervo do museu. Estes fragmentos de obras desaparecidas, narram a história de conflito, fragmentação, dispersão, reunificação e reconstrução das colecções dos museus de Berlim e do continente Europeu, ao longo do século passado.

Com a sua destruição, as obras acabam condenadas ao esquecimento histórico, “ON WHAT WE CHOSE TO FORGET AND WHAT WE LONG TO REMEMBER” realça as decisões que são tomadas por museus sobre a preservação de certas obras em prol de outras, e como esse acto influência narrativas históricas para o futuro. A ironia da perda acidental de obras que foram selecionadas para sobreviver à guerra, e a sobrevivência de peças descartadas por serem consideradas de menor importância histórica, demonstra a incontrolável natureza e percurso da história e do tempo. ON WHAT WE CHOSE TO FORGET AND WHAT WE LONG TO REMEMBER procura repor a memória destas obras desaparecidas, através dos seus fragmentos. Uma selecção de fragmentos foi digitalizada com um scanner manual, gerando imagens fotográficas que documentam a superfície e aspecto de cada fragmento, representando-os fora dos depósitos do museu pela primeira vez em 83 anos.


Sobre a artista


Artista visual e investigadora. (n.1989, Porto)


Maria tem desenvolvido uma carreira artística multidisciplinar, exibindo o seu trabalho em diversos formatos e espaços expositivos, em Portugal e no estrangeiro. Participou em residências artísticas na Áustria, Alemanha, Itália, Grécia, Portugal e Irão, e o seu trabalho tem sido reconhecido e premiado por diversas instituições. 

 

A sua prática cultural distingue-se pela interdisciplinaridade, e ao longo do seu percurso artístico, Maria tem vindo a desenvolver projectos em colaboração com profissionais de outras áreas, tais como: artes performativas, circo, arquitectura, música, biologia, curadoria e literatura. 

 

Foi co-fundadora do projecto InSpiteOf (2018-20), um espaço de exposições gerido por artistas ao abrigo do apoio Criatório da CMP, e co-fundadora do projecto expositivo Expedição (2013-15), ambos no Porto. 

 

Exposições colectivas e individuais seleccionadas: 

Towards Gallery, Toronto (2021); Centro de Artes de Águeda (2020); Galeria Municipal do Porto (2019); Galeria Presença (2019), Galeria Municipal de Almada (2019); Museu de Arte Contemporânea de Serralves (2018); Teatro Rivoli (2018); Museu de Arte Contemporânea de Elvas (2018); MAAT (2017); Neue Galeria - Tiroler Kunstlerschaft, Innsbruck (2017); Museu do Neo-Realismo, V. F. Xira (2017); QG, La Chaux-de-Fonds (2016); Galerie UngArt, Viena (2015); Galeria Múrias Centeno, Porto (2015); Cristina Guerra Contemporary Art Gallery, Lisboa (2015); Pavilhão 31, Lisboa (2015); Super Tokonoma, Kassel (2012)


22.09.15 - Maria Trabulo - ON WHAT WE CHOSE TO FORGET AND WHAT WE LONG TO REMEMBER

Projeto:

Mupi Gallery

Ficha Técnica

Poético ou Político?

Curadoria: João Baeta

Produção: Mariana Vitale e Simão Martinez

Comunicação: Luis Masquete e Simão Martinez

Impressão: Lumen

Galeria

Press

Saco Azul, Maus Hábitos,

Rua Passos Manuel 178

4º andar

4000-382 Porto


Produção & Programação Artística

sacoazul@maushabitos.com

danielpires@maushabitos.com

Assessoria de Imprensa

imprensa@maushabitos.com


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