Cleópatra, a Alquimista
Curadoria:
—
Cleópatra, a Alquimista
Ciclo Nas Margens
No princípio está o Cicinnurus respublica, também conhecido por Ave do Paraíso de Wilson. Porque tudo o que criamos começou na natureza, seja porque activamente a procuramos e observamos ou simplesmente porque a nossa convivência ancestral torna impossível escapar à sua influência formativa. A figura da ave é decomposta nos seus elementos base, e estes vão-se transformando, para depois se voltarem a juntar e formarem novas figuras. A partir de um pequeno grupo de elementos é possível criar um Universo. Da mesma forma, os elementos químicos presentes na Terra não são infinitos, mas as múltiplas conjugações que estabelecem uns com outros resultam numa enorme variedade, variedade esta, que se exponencia se considerarmos que estas ligações se vão somando e complexificando.
Muitos dos caminhos e processos que ligam os objectos e os organismos entre si não nos são acessíveis, seja porque a sua natureza temporal ou dimensões são muito diferentes da nossa, ou porque a nossa biologia e cultura limitam a nossa compreensão. Vivemos num mundo de objectos e organismos aparentemente independentes, onde uns nos lembram outros, e vamos especulando sobre estes reflexos. Às vezes mais perto, outras mais longe de compreender que existimos como parte de uma sistema mais amplo e somos vulneráveis à destruição de qualquer peça.
In the beginning there is Cicinnurus respublica, also known as Wilson's Bird of Paradise. Because everything we create began in nature, either because we actively seek it out and observe it, or simply because our ancestral coexistence makes it impossible to escape its formative influence. The figure of the bird is broken down into its basic elements, which are transformed, then reassembled to form new figures. From a small group of elements, it is possible to create a Universe. Similarly, the chemical elements present on Earth are not infinite, but the multiple combinations they form with each other result in an enormous variety, a variety that is exponential if we consider that these connections add up and become more complex.
Many of the paths and processes that connect objects and organisms are not accessible to us, either because their temporal nature or dimensions are very different from ours, or because our biology and culture limit our understanding. We live in a world of seemingly independent objects and organisms, where some remind us of others, and we speculate about these reflections. Sometimes closer, sometimes further away from understanding that we exist as part of a larger system and are vulnerable to the destruction of any part of it
Joana da Conceição
https://www.lehmanncontemporary.com/artist/joana-da-conceicao/
IG handle @joana.da.conceicao
Joana da Conceição (Porto, 1981), vive e trabalha em Lisboa. O seu pensamento e prática têm raiz na pintura e na música, e as apresentações públicas do seu trabalho volvem entre as duas.
A sua prática artística, prolífica e multifacetada, levou-a a procurar novos formatos e plataformas para mostrar o seu trabalho. Cria ambientes contemplativos e multissensoriais, espaços para nos afinarmos, connosco próprios e com o entorno, seja uma sala de cinema, ou um skate park no topo de uma fajã no meio do Oceano Atlântico. As suas instalações são lugares de re-conciliação, e crescem da urgência que a artista sente em confrontar e conviver com as contradições que, no contexto da ontologia ocidental, animam a viragem pós-humanista.
Concluiu a Licenciatura em Artes Plásticas – Pintura em 2004, e o Mestrado em Práticas Artísticas Contemporâneas em 2008, ambos pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.
Activa no campo da composição electrónica contemporânea, Joana tem vindo a apresentar-se a solo e em colaboração desde 2005, ano em que, juntamente com André Abel, formaram a Tropa Macaca - duo de composição eletrónica contemporânea. Em 2018 co-fundou o colectivo multimedial feminino Toda Matéria.
Foi distinguida com a 5ª Edição da Parceria Atelier-Museu Júlio Pomar/ EGEAC e RU – Residency Unlimited, NY (2020) e vencedora do Prémio Anteciparte Millennium BCP (2005). Bolseira Inov-art no Rio de Janeiro, no Capacete Residências Artísticas (2010-2011). Participou na Residência Desconcentrar - Culturgest/Colecção Caixa Geral de Depósitos, Caramulo, 2025; nas Residências da Farra, Elvas, 2022, 2024; na Residência da GIBCA Biennial, Gotemburgo, 2023; Residency Unlimited, Nova Iorque, 2020; na Residência Artística Lagamas promovida pela Cournelius Foundation, Montpellier, 2013; na Residência da ZDB, Lisboa, 2011.
Joana da Conceição (Porto, 1981) lives and works in Lisbon. Her thinking and practice are rooted in painting and music, and public presentations of her work oscillate between the two.
Her prolific and multifaceted artistic practice has led her to seek new formats and platforms to showcase her work. She creates contemplative and multisensory environments, spaces for us to tune in to ourselves and our surroundings, whether it be a cinema or a skate park on top of a fajã in the middle of the Atlantic Ocean. Her installations are places of reconciliation, growing out of the artist's urgent need to confront and live with the contradictions that, in the context of Western ontology, animate the post-humanist turn.
She completed her Bachelor's Degree in Fine Arts – Painting in 2004 and her Master's Degree in Contemporary Artistic Practices in 2008, both at the Faculty of Fine Arts of the University of Porto.
Active in the field of contemporary electronic composition, Joana has been performing solo and in collaboration since 2005, when she and André Abel formed Tropa Macaca, a contemporary electronic composition duo. In 2018, she co-founded the female multimedia collective Toda Matéria.
She was honoured with the 5th Edition of the Júlio Pomar Atelier-Museum/EGEAC and RU – Residency Unlimited, NY (2020) Partnership and winner of the Anteciparte Millennium BCP Award (2005). Inov-art scholarship holder in Rio de Janeiro, at Capacete Residências Artísticas (2010-2011). She participated in the Desconcentrar Residency - Culturgest/Caixa Geral de Depósitos Collection, Caramulo, 2025; in the Farra Residencies, Elvas, 2022, 2024; in the GIBCA Biennial Residency, Gothenburg, 2023; Residency Unlimited, New York, 2020; the Lagamas Artistic Residency promoted by the Cournelius Foundation, Montpellier, 2013; and the ZDB Residency, Lisbon, 2011.
Galeria
Press
Outros eventos do mesmo projeto
Saco Azul, Maus Hábitos,
Rua Passos Manuel 178
4º andar
4000-382 Porto
Produção & Programação Artística
sacoazul@maushabitos.com
danielpires@maushabitos.com
Assessoria de Imprensa